domingo, 28 de dezembro de 2014

Relações raciais, humanas e sociais: reflexos de um passado presente


  Tendo em vista o que fora estudado em Fundamentos Sócio-Histórico-Filosófico II, sobre miscigenação brasileira, a partir dos textos de Boaventura Sousa Santos (2006) e Kabengele Munanga (1996), seguem dois links que podem contribuir no processo de reflexão e análise  histórica (e bastante atual) das relações étnico-raciais na/da nossa sociedade. 
  O primeiro link aborda como foi o dia seguinte ao fim da escravidão, texto de Douglas Belchior, do blog Negro Belchior. O segundo é uma reportagem do jornal O povo online, que relata a decisão de um juiz que não reconhece a Umbanda e o Candomblé como religiões
  Os textos não são de hoje, mas o tema é bastante atual e, repito, podem contribuir no processo de reflexão e análise das relações étnicos-raciais existentes em nosso país.


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

A Educação para as Relações Étnico-Raciais na sociedade brasileira



Entre os dias 1º e 3 de dezembro acontece o Seminário sobre o Pensamento Afro-brasileiro e educação na contemporaneidade. Promovido pela Fundação Joaquim Nabuco – Fundaj e Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, o evento, que vai ocorrer no auditório da Aduferpe, traz como uma de suas atividades o lançamento do Dossiê Virtual – 10 anos da Lei 10.639/03. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo e-mail cac_stricto.difor@fundaj.gov.br. Maiores informações pelos fones: 3320-6077 e 3442-1139.

Confira programação no link abaixo:

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Atividade de avaliação

Por Alexsandro Rafael


Esta atividade deve ser realizada em trio. O professor Moisés vai conversar sobre ela na quinta, 27. O texto que vai auxiliar na realização da atividade é Construindo mapas conceituais, de Romero Tavares, e  já está no e-mail da turma. Então, formem as equipes e bom estudo!


UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO

I. Identificação:

·         Curso: Licenciatura em Pedagogia
·         Disciplina: Fundamentos Filosóficos, Históricos e Sociológicos da Educação I
·         Professor: Moisés de Melo Santana
            Nomes: ____________________________________________  ____________________________________________________   ____________________________________________________
·         Data:      /        /2014.

ATIVIDADE DE AVALIAÇÃO PRESENCIAL

1.   Elaboração de 03 MAPAS CONCEITUAIS a partir do texto de ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da Pedagogia. São Paulo: Moderna, 2006. A construção dos mapas conceituais exigirá a realização de pesquisas de imagens e leituras de textos complementares. As equipes deverão ser compostas de três membros. Cada equipe ficará responsável pela elaboração de um MAPA CONCEITUAL.
A) Escolher e produzir um MAPA CONCEITUAL, conforme opções abaixo, MAPA CONCEITUAL 1, 2 e 3.
·         B) Elaborar e responder 04 (quatro) questões relativas aos MAPAS CONCEITUAIS das outras equipes, 02 (duas) questões-resposta de cada uma das outras equipes.

·         MAPA CONCEITUAL 1
Teorias e tendências pedagógicas na educação brasileira
·         Construir coletivamente um MAPA CONCEITUAL DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA ENTRE FINAIS DO SÉC. XIX E INÍCIO NO SÉCULO XX – PIONEIROS DA EDUCAÇÃO; EUGENIA E EDUCAÇÃO; CATÓLICOS E LIBERAIS.
1.1.1   Realizar levantamento de informações sobre história e educação do Brasil no século XX
1.1.2   Construir critérios de organização dessas informações levando em conta as perspectivas historiográficas trabalhadas em Fundamentos da Educação I
1.1.3   Organizar Mapas Conceituais a partir dos eixos propostos
  1. MAPA CONCEITUAL 2
Teorias e tendências pedagógicas na educação brasileira
·         Construir coletivamente um MAPA CONCEITUAL DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA NO SÉCULO XX – O DEBATE EDUCACIONAL DOS ANOS 50 E A LDB DE 1961; A EMERGÊNCIA E DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO DE PAULO FREIRE; GOLPÉ MILITAR E EDUCAÇÃO NO BRASIL.
2.1.1   Realizar levantamento de informações sobre história e educação do Brasil no século XX
2.1.2   Construir critérios de organização dessas informações levando em conta as perspectivas historiográficas trabalhadas em Fundamentos da Educação I
2.1.3   Organizar Mapas Conceituais por períodos históricos determinados tratando do tema central trabalhado. O resultado pode ser apresentado utilizando dos recursos da TI – Blog turma.
  1. MAPA CONCEITUAL 3
Teorias e tendências pedagógicas na educação brasileira
·         Construir coletivamente um MAPA CONCEITUAL DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA NO SÉCULO XX – MOVIMENTOS SOCIAIS E EDUCAÇÃO; REDEMOCRATIZAÇÃO E EDUCAÇÃO; EDUCAÇÃO, CULTURA E PODER: PERSPECTIVAS PÓS – COLONIAIS.
3.1.1   Realizar levantamento de informações sobre história e educação do Brasil no século XX
3.1.2   Construir critérios de organização dessas informações levando em conta as perspectivas historiográficas trabalhadas em Fundamentos da Educação I
3.1.3   Organizar Mapas Conceituais por períodos históricos determinados tratando do tema central trabalhado. O resultado pode ser apresentado utilizando dos recursos da TI – Blog

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Projeto pedagógico da modernidade será abordado no III Simpósio de Pesquisa


Nos próximos dias 20 e 21 o Cegoe será palco do III Simpósio de Pesquisa do Grupo de Teoria Crítica da Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE.  
Confira abaixo programação completa.











sábado, 1 de novembro de 2014

Miscigenação brasileira: um contexto histórico e atual


Confira outras questões enviadas para este blog referentes aos textos de Kabengele Munanga e Boaventura Sousa Santos.

Karla Larissa:

1 - Boaventura Sousa Santos, em seu texto publicado na Folha de São Paulo em 21/08/2006, afirma que " Só quem pertence à raça dominante tem o direito (e a arrogância) de dizer que a raça não existe ou que a identidade étnica é uma invenção". relacione esse fragmento com o mito da democracia racial citado no texto do professor Munanga.

2 - Relacione a teoria do branqueamento posta por Viana e citada no texto Mestiçagem e experiências interculturais no Brasil, de Munanga com aquilo que Boaventura chama a atenção quando em seu texto diz que o colonialismo ainda se faz presente no Brasil. 

Carol Miranda:

1 - Podemos perceber a influência do colonialismo na formação da nossa cultura, provavelmente outros campos da nossa sociedade vivem os resquícios dessa época, nos trazendo uma sensação de que esse período ainda não terminou. Quais poderiam ser esses outros campos sociais?

2 - Quais mecanismos poderiam desarticular esse sistema de poder instaurado pelo colonialismo e que perpetua até os dias de hoje? 

Érica Silva: 

1 - " Somos uma democracia racial porque a mistura gerou um povo (...), sem preconceito" (ORTIZ, 1994, p. 41). Boaventura Sousa Santos, em publicação no ano de 2006, faz menção a uma pseudo democracia que dilui a discriminação racial na discriminação social. Considerando ambas afirmações, comente a persistência sociopolítica em negar a existência dos conflitos raciais. Caso não concorde que haja essa negação, justifique sua resposta utilizando argumentos históricos.
 
2 - Kabengele Munanga em seu texto Mestiçagem e experiências interculturais no Brasil apresenta uma pesquisa feita com brasileiros não-brancos  em meados da década de 1980, que resultou num total de 136 respostas quando questionados sobre sua cor. Exemplos: branca-suja, meio-preta, morena clara... Explique a construção desse processo de fuga identitária a partir do pilar de sustentação do colonialismo brasileiro e das posteriores teorias raciológicas. 

Karla Silva:

1 - Freyre consolida o mito originário da sociedade brasileira configurado no triângulo cujos vértices são a raça negra, branca e índia. Diante desta perspectiva Munanga, em seu texto Mestiçagem e experiências interculturais no Brasil (1996, p. 187), afirma que "[...] os brasileiros fogem de sua realidade étnica, de sua identidade [...]". Como podemos no exercício da docência tratar o tema de mestiçagem de forma que forneça aos (às) alunos (as) meios de compartilharem do que o autor chama de busca de simbolismo de fugas que os tornem o mais próximo possível do modelo tido como superior?

2 - Quais elementos podem ser elencados culturalmente que favoreça uma melhor compreensão do que Munanga diz quando afirma que "De fato o preconceito racial no Brasil é um preconceito de cor ou de marca, e não de origem baseado na lei de uma gota de sangue" (1996, p. 190)?




Quando as histórias são bem contadas


Continuando a discussão sobre o texto Mestiçagem e experiências interculturais no Brasil, de Kabengele Munanga, foi exibido na aula da última quinta, 29, Chimamanda Adichie: o perigo de uma única história. No vídeo ela conta como "encontrou sua autêntica voz cultural - e adverte-nos que se ouvimos somente uma única história sobre uma outra pessoa ou país,  corremos o risco de gerar grandes mal-entendidos", conforme consta na apresentação.  

Andréa Maria foi a primeira a expor suas questões. Foto: Alexsandro Rafael
Ainda nessa aula, que ocorreu no laboratório de Informática, o professor Moisés pediu para que as questões já postadas no blog Fundamentos da Educação - referentes ao texto já citado e ao de Boaventura Sousa Santos, publicado na Folha de São Paulo em 21/08/2006 - fossem lidas e explicadas pelos seus autores e analisadas pela turma.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Miscigenação brasileira: um contexto histórico e atual

  
  
A turma apresentou imagens referentes ao texto de Munanga. Foto: Alexsandro Rafael
 

Por Alexsandro Rafael

   Na aula de quinta, 16/10, o professor Moisés Santana iniciou o estudo e discussão com a turma acerca do texto Mestiçagem e experiências interculturais no Brasil, de Kabengele Munanga, que apresenta um histórico sobre o tema, entre outros. Nesse contexto, a aula ocorreu no laboratório de Informática, onde a turma apresentou imagens que faziam referências (lembravam) ao texto. Ainda foi solicitado a construção de um esquema explicativo.
   A discussão continuou na quinta seguinte, 23, com Santana rememorando o que fora visto na aula anterior. Na sequência, ele lançou os seguintes questionamentos: 
1. Que questões centrais do texto de Boaventura Souza Santos, publicado na Folha de São Paulo em 21 de agosto de 2006, dialogam com o texto de Munanga?
2. Como construir uma ideia mais ampla do colonialismo e suas influências sobre a educação? 
Esta discussão deve ser ampliada por meio de pesquisas. 
   O professor pediu para que cada um (a) formulasse duas questões sobre o que fora visto nessas aulas. 
   Vamos conferir algumas perguntas já enviadas? 

Andréa Maria:

1 - Boaventura, em seu texto de 2006, cita a hipocrisia sistêmica, que faz menção ao mito da democracia racial, como fator que corrobora para intensificar a desigualdade sociocultural no Brasil. Quais argumentos ele utiliza para justificar esse processo que prevalecem desde desde o surgimento de mito até os dias atuais?

2 - Por que os autores Munanga e Boaventura compreendem que as desigualdades sociocultural no Brasil têm como princípio nuclear o racismo resultante da hierarquia das raças?

Keytiane Alexandre: 

1 - De acordo com o texto de Munanga, discorra sobre a cultura do branqueamento e suas implicações no Brasil.

2 - Por que afirmar que vivemos numa Democracia racial é um mito? 

Iracema Carvalho:

1 - O Brasil das políticas públicas raciais em base biológica e pautado na social “freyriana” democracia racial deu origem a uma estrutura tanto racial quanto cultural peculiar. As questões de identidade no país perpassam pela discriminação e opressão racial e étnica forjadas no período colonial. Hoje o enfrentamento político e da sociedade oprimida por esses processos direciona para o reconhecimento das diferenças e pela igualdade racial. Esse enfrentamento na atualidade é promovido por políticas públicas afirmativas de caráter compensatório e de assimilação da diversidade racial. Desde janeiro de 2004 no governo do ex-presidente Lula, a Lei das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Racial e para o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana faz parte do sistema educacional brasileiro. Em outra frente temos no país os grupos sociais reivindicatórios. Mas, ainda persiste uma representação e uma identidade negativa, que foi atribuída no período colonial, interiorizada e naturalizada pelas próprias vitimas da discriminação. Uma inquietação é se a miscigenação e a mestiçagem cultural contribuem para a negação da própria humanidade? 

2 - Para Munanga em seu texto “Mestiçagem e experiências interculturais no Brasil” a interculturalidade existente confirma a ideia de convivência pacifica no Brasil. Como explicar as crescentes e recorrentes manifestações no país com relação ao pertencimento regional? Trata-se de questão Étnico-racial ou basicamente econômica? 

Alexsandro Rafael:

1 - Como constituir uma identidade nacional, na qual a miscigenação faça parte dessa construção, quando, segundo Munanga (1996, p. 187), “[...] o brasileiro foge de sua realidade étnica, de sua identidade, procurando, mediante simbolismo de fuga, situar-se o mais próximo possível do modelo tido como superior, isto é, o branco”?

2 - No que diz respeito às desigualdades raciais e a mestiçagem cultural, Munanga (1996, p. 189), cita que “ [...] os movimentos negros preconizam que cada grupo respeite sua imagem, sua memória coletiva, que cultive e se alimente dela, respeitando, ao mesmo tempo, a identidade dos outros...”. Como resposta, o autor afirma que “tem-se certa dificuldade em construir identidade racial e/ou cultural “pura”, que não se mistura com a identidade dos outros”. Sendo assim, de que forma a escola deve proceder no seu processo de ensino-aprendizagem, de maneira a tentar lidar com mais esse contraste enraizado pela/na sociedade brasileira? 

SCHWARCZ, Lilia Moritz; REIS, Letícia Vidor de Souza. Negras imagens: Ensaios sobre cultura e escravidão no Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Estação Ciência, 1996.

Daniele Carvalho: 

1 -  Boaventura Souza Santos, em artigo publicado pelo jornal Folha de São Paulo, no ano de 2006, afirmou que o Brasil parecia ter iniciado a transição do período pós-independência, para o período pós-colonial. Explique quais os motivos elencados pelo autor para ratificar essa ideia, uma vez que, perante a historiografia, ambas as fases acabaram a mais de um século.


2 - Segundo Boaventura Souza Santos o modo como ocorreu o processo de Independência do Brasil, bem como o da maioria dos territórios da América Central e do Sul, com exceção do Haiti, consolidou um modelo de “democracia hipócrita”. Explique como o autor compreende esse sistema de poder, em nosso país, utilizando, como exemplo, o mito da democracia racial, elaborado pelo escritor e pesquisador Gilberto Freyre.

3 - Tanto o autor Boaventura Sousa Santos quanto o pesquisador Kabengele Munanga partilham da ideia de que esse modelo de democracia, que afirmava defender a liberdade, igualdade, combatendo a opressão e a desigualdade entre os homens, constitui-se numa falácia, perpetuada, sem muitos questionamentos, durante anos, mas que entra em crise, principalmente a partir do momento em que se organiza o movimento negro no Brasil. De que forma esse processo foi se constituindo?