terça-feira, 28 de outubro de 2014

Miscigenação brasileira: um contexto histórico e atual

  
  
A turma apresentou imagens referentes ao texto de Munanga. Foto: Alexsandro Rafael
 

Por Alexsandro Rafael

   Na aula de quinta, 16/10, o professor Moisés Santana iniciou o estudo e discussão com a turma acerca do texto Mestiçagem e experiências interculturais no Brasil, de Kabengele Munanga, que apresenta um histórico sobre o tema, entre outros. Nesse contexto, a aula ocorreu no laboratório de Informática, onde a turma apresentou imagens que faziam referências (lembravam) ao texto. Ainda foi solicitado a construção de um esquema explicativo.
   A discussão continuou na quinta seguinte, 23, com Santana rememorando o que fora visto na aula anterior. Na sequência, ele lançou os seguintes questionamentos: 
1. Que questões centrais do texto de Boaventura Souza Santos, publicado na Folha de São Paulo em 21 de agosto de 2006, dialogam com o texto de Munanga?
2. Como construir uma ideia mais ampla do colonialismo e suas influências sobre a educação? 
Esta discussão deve ser ampliada por meio de pesquisas. 
   O professor pediu para que cada um (a) formulasse duas questões sobre o que fora visto nessas aulas. 
   Vamos conferir algumas perguntas já enviadas? 

Andréa Maria:

1 - Boaventura, em seu texto de 2006, cita a hipocrisia sistêmica, que faz menção ao mito da democracia racial, como fator que corrobora para intensificar a desigualdade sociocultural no Brasil. Quais argumentos ele utiliza para justificar esse processo que prevalecem desde desde o surgimento de mito até os dias atuais?

2 - Por que os autores Munanga e Boaventura compreendem que as desigualdades sociocultural no Brasil têm como princípio nuclear o racismo resultante da hierarquia das raças?

Keytiane Alexandre: 

1 - De acordo com o texto de Munanga, discorra sobre a cultura do branqueamento e suas implicações no Brasil.

2 - Por que afirmar que vivemos numa Democracia racial é um mito? 

Iracema Carvalho:

1 - O Brasil das políticas públicas raciais em base biológica e pautado na social “freyriana” democracia racial deu origem a uma estrutura tanto racial quanto cultural peculiar. As questões de identidade no país perpassam pela discriminação e opressão racial e étnica forjadas no período colonial. Hoje o enfrentamento político e da sociedade oprimida por esses processos direciona para o reconhecimento das diferenças e pela igualdade racial. Esse enfrentamento na atualidade é promovido por políticas públicas afirmativas de caráter compensatório e de assimilação da diversidade racial. Desde janeiro de 2004 no governo do ex-presidente Lula, a Lei das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Racial e para o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana faz parte do sistema educacional brasileiro. Em outra frente temos no país os grupos sociais reivindicatórios. Mas, ainda persiste uma representação e uma identidade negativa, que foi atribuída no período colonial, interiorizada e naturalizada pelas próprias vitimas da discriminação. Uma inquietação é se a miscigenação e a mestiçagem cultural contribuem para a negação da própria humanidade? 

2 - Para Munanga em seu texto “Mestiçagem e experiências interculturais no Brasil” a interculturalidade existente confirma a ideia de convivência pacifica no Brasil. Como explicar as crescentes e recorrentes manifestações no país com relação ao pertencimento regional? Trata-se de questão Étnico-racial ou basicamente econômica? 

Alexsandro Rafael:

1 - Como constituir uma identidade nacional, na qual a miscigenação faça parte dessa construção, quando, segundo Munanga (1996, p. 187), “[...] o brasileiro foge de sua realidade étnica, de sua identidade, procurando, mediante simbolismo de fuga, situar-se o mais próximo possível do modelo tido como superior, isto é, o branco”?

2 - No que diz respeito às desigualdades raciais e a mestiçagem cultural, Munanga (1996, p. 189), cita que “ [...] os movimentos negros preconizam que cada grupo respeite sua imagem, sua memória coletiva, que cultive e se alimente dela, respeitando, ao mesmo tempo, a identidade dos outros...”. Como resposta, o autor afirma que “tem-se certa dificuldade em construir identidade racial e/ou cultural “pura”, que não se mistura com a identidade dos outros”. Sendo assim, de que forma a escola deve proceder no seu processo de ensino-aprendizagem, de maneira a tentar lidar com mais esse contraste enraizado pela/na sociedade brasileira? 

SCHWARCZ, Lilia Moritz; REIS, Letícia Vidor de Souza. Negras imagens: Ensaios sobre cultura e escravidão no Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Estação Ciência, 1996.

Daniele Carvalho: 

1 -  Boaventura Souza Santos, em artigo publicado pelo jornal Folha de São Paulo, no ano de 2006, afirmou que o Brasil parecia ter iniciado a transição do período pós-independência, para o período pós-colonial. Explique quais os motivos elencados pelo autor para ratificar essa ideia, uma vez que, perante a historiografia, ambas as fases acabaram a mais de um século.


2 - Segundo Boaventura Souza Santos o modo como ocorreu o processo de Independência do Brasil, bem como o da maioria dos territórios da América Central e do Sul, com exceção do Haiti, consolidou um modelo de “democracia hipócrita”. Explique como o autor compreende esse sistema de poder, em nosso país, utilizando, como exemplo, o mito da democracia racial, elaborado pelo escritor e pesquisador Gilberto Freyre.

3 - Tanto o autor Boaventura Sousa Santos quanto o pesquisador Kabengele Munanga partilham da ideia de que esse modelo de democracia, que afirmava defender a liberdade, igualdade, combatendo a opressão e a desigualdade entre os homens, constitui-se numa falácia, perpetuada, sem muitos questionamentos, durante anos, mas que entra em crise, principalmente a partir do momento em que se organiza o movimento negro no Brasil. De que forma esse processo foi se constituindo? 

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Analisando aspectos educacionais a partir do colonialismo

Por Alexsandro Rafael

Na quinta, 02/09, foi exibido em sala de aula o filme 1492: A consquista do paraiso, de Ridely Scott. A produção aborda o processo da chegada nas Américas dos colonizadores espanhóis liderados por Cristovão Colombo. A proposta da exibição era que a turma analisasse o contexto histórico, social, cultural e aspectos econômicos de forma que fosse possível responder a seguinte questão: Como analisar a educação; nosso dia a dia;  nosso modo de ser a partir do colonialismo.